Toledo, 17 de maio de 2023.
Em nossa falta de preparo, fomos a Toledo pelo acaso de uns conselhos bem dados. Riscamos um museu de Madrid e seguimos no trem da manhã, passagem comprada de véspera, bate e volta.
Antes, não tivéssemos ido. Da última quarta-feira em diante, haverá sempre qualquer outra cidade medieval e Toledo - possivelmente, a última desbancando a grande maioria.
Eu poderia ter ficado só na ponte em arco da entrada, assistindo o voo das andorinhas e namorando o baile dos cisnes no rio Tejo, ali Tajo. Mas, ousei adentrar as muralhas, perseguir ruelas estreitas de candelabros mouriscos, os quais sonhei ver acesos. Ah, o que não seria uma noite ali!
Bem no meio da cidade, uma catedral de pedra se ergue. Ouso dizer que seu incrustar em meio às edificações (ou vice-versa - certamente vice-versa) não é o que mais surpreende - uma vez lá dentro, os olhos perdem a capacidade de piscar, te juro.
Já falei do lado mouro, agora do cristão. Pois há também o judio - cujo « barrio », sinagogas e arredores valem a fuga do trajeto turístico tradicional.
Aliás, mais uma vez a fuga, a intuição como guia, fizeram render o que houve de melhor - segue, novamente, o meu conselho. Isso, e o som do uruguaio-madrileño, ressoando:
« Yo soy un moro judío
Que vive con los cristianos
No sé qué dios es el mío
Ni cuáles son mis hermanos »
(Milonga del moro judio - Jorge Drexler)
Nessa toada, haveria mais. Tão mais…