É um perfume.
Cheiro de mar, de terra molhada. Grama recém-cortada. Aroma de sol.
Toca com leveza, envolve em delicadeza. Conduz com a sutileza da seda, de maneira quase cega.
Penetra, por cada poro.
É um tempero.
Amplia os sabores, harmoniza os elementos. Deixa um retrogosto envolvente, que marca a memória.
Acalenta a alma. Mesmo quando acompanhado de certa acidez ou picância.
É uma cura.
Cresce na aridez, em todo lugar ou condição.
Se desenvolve timidamente, com um desabrochar lento e constante. Prefere os dias quentes, instiga os sorrisos. Mas não se deixa abater por frio ou chuva.
Perene, persiste.
É um corpo único.
Raiz sólida, base lenhosa. Que ramifica. E cada parte, em sua individualidade, cresce e floresce. Em independente beleza, em carinhosa unidade.
É perfume. É tempero. É cura e um corpo único.
Do alecrim. Usado como chá, condimento, essência. Cicatrizante, anti-inflamatório, despertador da alegria e atrator das boas energias.
Da dança. Desse desejo de dançar. Sem modo de uso, todos os dias. De pijama confortável, sozinha, no escuro. De meia-calça rosa, sapatilha, collant e saia rodada. E em boa companhia.
Porque é arbusto. E de ramos múltiplos.
Bailarinas da @fabricadadanca | Texto @marianapbraganca | Filme @duo.filmes | Coreografia @silmarastedile | Música @tobiascosler